ilustrada


Descrição de chapéu Games tecnologia Entenda o que é 'roguelike' e por que games desse tipo fazem tanto sucesso Baseado em jogo dos anos 1980, gênero preza pela diversidade de adaptações
  • benefício do assinante

    Você tem 7 acessos por dia para dar de presente. Qualquer pessoa que não é assinante poderá ler.

    benefício do assinante

    Assinantes podem liberar 7 acessos por dia para conteúdos da Folha.

    Já é assinante? Faça seu login ASSINE A FOLHA

    • Copiar link
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

8.mai.2024 às 8h00 Atualizado: 8.mai.2024 às 10h23

  • Ouvir o texto

Tiago Ribas São Paulo

Esta é a edição da Combo, a newsletter de games da Folha. Quer recebê-la todas as terças no seu email? Inscreva-se abaixo.

Combo

A newsletter da Folha com o que interessa sobre a indústria de games e com as dicas do que você ainda vai jogar.

Carregando…

A Supergiant Games lançou de surpresa nesta segunda-feira (6) “Hades 2” em acesso antecipado. A sequência de “Hades”, que foi um grande sucesso de crítica e de público, é mais uma prova do sucesso dos jogos “roguelike” no mercado de games.

Mas afinal, o que diabos é um jogo “roguelike”?

A tradução da expressão ao pé da letra significaria “como ‘Rogue’”, em alusão ao game “Rogue”, de 1980. O jogo de RPG para computadores introduziu mecânicas que influenciam outros títulos até hoje, como “permadeath”, que obriga o jogador a recomeçar do zero após perder todos os pontos de vida, e cenários criados por geração procedural, que fazem com que cada nova sessão seja diferente da anterior.

O jogo se destacou na época por ser um dos primeiros RPGs que trocavam as instruções de texto por representações gráficas dos ambientes percorridos e personagens –ainda que essas representações fossem feitas apenas com caracteres disponíveis no sistema.

Desde então, vários jogos foram lançados com elementos de jogabilidade similares aos de “Rogue”, dando início ao gênero de games “roguelike”.

Qual é a diferença entre “roguelike” e “roguelite”?

Na prática, as duas palavras significam a mesma coisa. O termo “roguelike” é mais conhecido, mas seu uso é mais restrito para puristas do gênero.

Em 2008, durante a IRDC (Conferência Internacional de Desenvolvedores de Roguelike), foram estabelecidas nove características principais (além de seis secundárias) que definem o gênero “roguelike”:

  1. Cenário gerado de forma randômica

  2. “Permadeath”

  3. Combate por turnos

  4. Mundo representado em “grid”

  5. Modo único (todas as ações podem ser realizadas a qualquer momento, não há um “modo de batalha”, por exemplo)

  6. Complexidade (a interação entre itens, armas e monstros, por exemplo, deve ser suficiente para possibilitar estratégias diferentes para as batalhas)

  7. Administração de recursos

  8. “Hack’n’slash” (é preciso povoar o mundo de monstros para serem derrotados)

  9. Exploração

Essa definição ficou conhecida como “Interpretação de Berlim”, em alusão à cidade onde a conferência aconteceu. Segundo ela, caso um jogo não tenha a maioria dessas características, ele não deveria ser chamado de “roguelike”, mas poderia adotar classificações como “roguelite” ou “roguelike-like”.

Na prática, porém, o nome é usado indiscriminadamente pela indústria e pela mídia especializada para definir games que combinam de alguma forma conteúdo gerado proceduralmente e características de “permadeath”.

Quais são os principais jogos “roguelike”?

Além do próprio “Rogue”, desenvolvedores que participaram da IRDC 2008 destacaram “Nethack” (1987), “Angband” (1993), “ADOM” (1994) e “Crawl” (1997) como os títulos definidores do gênero.

Mas foi “Spelunky”, lançado em 2008, que ajudou a popularizar os “roguelikes” e mostrar que jogos como esses poderiam fazer sucesso comercialmente. O título indie desenvolvido por Derek Yu é um jogo de plataforma 2D em que o jogador precisa explorar cavernas geradas de forma procedural, cada vez com inimigos mais fortes e armadilhas mais perigosas, enquanto salva donzelas e coleta tesouros.

O sucesso de “Spelunky” mostrou a uma série de desenvolvedores que era possível adaptar os princípios de jogabilidade dos roguelikes originais para novos gêneros. Entre os que se disseram influenciados pelo título de Yu estão Edmund McMillen, desenvolvedor de “The Binding of Isaac” (2011), Kenny e Teddy Lee, criadores de “Rogue Legacy” (2012), e Justin Ma e Matthew Davis, que lançaram “FTL: Faster Than Light” (2012).

O “renascimento” do gênero continua até hoje, representado pelo sucesso de títulos como “Dead Cells”, “Slay the Spire”, “Vampire Survivors”, “Hades” e “Balatro”. Todos jogos bem diferentes entre si, mas que têm em sua fundação elementos de “roguelike”.

ic_save

ic_share

Leia Mais Ícone fechar

Voltar

Voltar

Voltar

Compartilhe

Por que esse gênero faz sucesso?

Em uma indústria com aversão ao risco, grandes desenvolvedores evitam incluir momentos frustrantes em seus games. Se por um lado isso deixa os jogos mais palatáveis ao grande público, por outro diminui o nível de desafio, criando experiências menos recompensadoras para os jogadores mais experientes. É principalmente esse público que acaba sendo atraído pelos “roguelikes”.

O “permadeath” e outras mecânicas similares, que eliminam o avanço no jogo ou parte das melhorias adquiridas, fazem com que o jogador precise pensar melhor nas suas escolhas e ponderar os riscos que está correndo. Mesmo que a princípio a experiência possa ser frustrante, isso torna a vitória muito mais recompensadora para aqueles que conseguem persistir e se superar.

Além disso, o uso de cenários e equipamentos gerados proceduralmente faz com que cada sessão seja uma novidade, criando um looping quase infinito de jogabilidade. Se a mecânica for usada de uma forma inteligente, a frustração de ver seu heroi morrer é diluída pela experiência de sempre descobrir algo novo.

De forma geral, os jogos “roguelike” acabam atraindo os fãs por conseguirem se aproximar do que é a vida real. Cheia de perigos e frustrações, mas também com muitas descobertas e experiências diferentes para explorar.

Play

dica de game, novo ou antigo, para você testar

Children of the Sun

(PC)

Nesse curioso jogo que mistura tiro com quebra-cabeças, o jogador assume o papel de uma garota criada em um culto satânico que decide se vingar da organização matando todos os seus membros. O desafio é que, a cada fase, ela só tem uma bala para dizimar todos os cultistas. Para conseguir completar sua tarefa, ela dispõe de poderes telecinéticos e pode redirecionar a trajetória da bala a cada alvo abatido. O game é divertido e as fases finais são desafiadoras, mas a temática pesada e a direção de arte um tanto exagerada podem não agradar a todos.

O jornalista recebeu uma cópia do jogo para teste.

Update

novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa

  • O Marco Legal dos Games, projeto que promete dar segurança para os desenvolvedores de jogos nacionais, foi sancionado pelo presidente Lula (PT) na última sexta-feira (3). O mandatário, porém, vetou artigo que previa desconto de até 70% no imposto de renda de remessas para o exterior de empresas que investissem em jogos indies. O Executivo justificou o veto afirmando que a lei não previa o impacto orçamentário da medida.
  • A Take-Two, publisher da série “GTA”, planeja fechar o estúdio britânico Roll7 (de “OlliOlli World” e “Rollerdrome”) e a Intercept Games (desenvolvedora “Kerbal Space Program 2”), afirmou a Bloomberg. Apesar disso, a empresa diz que continuará fazendo atualizações no simulador de programa espacial.
  • A Sony e a Arrowhead, desenvolvedora de “Helldivers 2”, anunciaram que mesmo jogadores de PC precisarão ter uma conta na PSN (PlayStation Network) para jogar o título de tiro multiplayer, enfurecendo os fãs. Mais tarde, porém, a Sony desistiu da medida e afirmou que os jogadores poderiam continuar acessando o jogo sem uma conta PSN.
  • A Amazon afirmou que a série de TV “Fallout”, baseada na franquia de videogames da Bethesda, foi vista por 65 milhões de pessoas nos primeiros 16 dias após sua estreia, tornando-se a série mais assistida da Amazon Prime Video desde “The Lord of the Rings: The Rings of Power”, segundo a revista Variety.
  • Após anunciar que iria reformular sua estratégia de lançamentos para concentrar esforços no desenvolvimento de “jogos de alta definição”, a Square Enix (desenvolvedora da série “Final Fantasy”) alertou seus acionistas que irá indicar em seu balanço desperdício de US$ 140 milhões (R$ 710 milhões) em projetos cancelados.
  • O estúdio finlandês Remedy Entertainment (das séries “Alan Wake” e “Max Payne”) anunciou que a gigante chinesa Tencent aumentou sua participação acionária na empresa de 5% para 14,8%. Os valores do negócio não foram revelados.
  • O LinkedIn começou a disponibilizar games casuais em sua plataforma. Por enquanto, há três jogos disponíveis. Dois (“Pinpoint” e “Crossclimb”) são de adivinhar palavras (apenas em inglês), o outro (“Queens”) é um jogo de lógica em que você tem de posicionar coroas em um tabuleiro obedecendo a regras pré-estabelecidas.
  • Em resposta ao texto publicado na newsletter da semana passada, a Epic Games afirmou em nota que não teme ser atingida pela lei que pode banir o TikTok dos EUA. “A Epic Games é uma empresa americana com sede na Carolina do Norte. Tim Sweeney é o acionista majoritário. Não existe chance alguma do cenário atual do TikTok permear a realidade da Epic. Na pior das hipóteses, a Tencent teria que vender 15% a outros acionistas e os negócios continuariam da mesma forma”, afirmou a empresa.

Download

games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena

8.mai

“V Rising”: R$ 101,99 (PC)

9.mai

“Animal Well”: R$ 74,99 (Switch), preço não disponível (PC, PS 5)

“Crow Country”: preço não disponível (PC, PS 5, Xbox X/S)

“Little Kitty, Big City”*: R$ 83,20 (Switch), preço não disponível (PC, Xbox One/X/S)

13.mai

“Homeworld 3”: R$ 229,90 (PC)

14.mai

“Biomutant”: R$ 159,60 (Switch)

*Disponível no Xbox Game Pass

Leituras da semana

o que saiu sobre games na Folha

  • Crítica: 'Sand Land' honra visual do criador de 'Dragon Ball', mas é jogo indeciso

    RPG baseado em mangá diverte, mas se repete e carrega ranço de jogo licenciado com muito recheio ignorável

  • Twitch, da Amazon, lança recurso de vídeos curtos para rivalizar com TikTok

    Discovery Feed permite que os espectadores naveguem por pequenos trechos retirados das transmissões ao vivo

  • benefício do assinante

    Você tem 7 acessos por dia para dar de presente. Qualquer pessoa que não é assinante poderá ler.

    benefício do assinante

    Assinantes podem liberar 7 acessos por dia para conteúdos da Folha.

    Já é assinante? Faça seu login ASSINE A FOLHA

    • Copiar link
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

  • games
  • newsletters da folha
  • Tecnologia

sua assinatura pode valer ainda mais

Você já conhece as vantagens de ser assinante da Folha?Além de ter acesso a reportagens e colunas, você conta com newsletters exclusivas (conheça aqui).Também pode baixar nosso aplicativo gratuito na Apple Store ou na Google Play para receber alertas das principais notícias do dia.A sua assinatura nos ajuda a fazer um jornalismo independente e de qualidade. Obrigado!

sua assinatura vale muito

Mais de 180 reportagens e análises publicadas a cada dia. Um time com mais de 200 colunistas e blogueiros. Um jornalismo profissional que fiscaliza o poder público, veicula notícias proveitosas e inspiradoras, faz contraponto à intolerância das redes sociais e traça uma linha clara entre verdade e mentira. Quanto custa ajudar a produzir esse conteúdo?

ASSINE POR R$ 1,90 NO 1º MÊS

  • Envie sua notícia
  • Erramos?

Endereço da página

  • https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2024/05/entenda-o-que-e-roguelike-e-porque-games-desse-tipo-fazem-tanto-sucesso.shtml
Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Termos e condições Todos os comentários Comente Comentar é exclusividade para assinantes.
Assine a Folha por R$ 1,90 no 1º mês
Compartilhar

  • Facebook
  • Twitter

Responda Denuncie